O Sindisaúde-RS realizou novo protesto, nesta segunda-feira (20), contra as demissões em massa em frente ao Instituto de Cardiologia (IC), em Porto Alegre. O ato reuniu dezenas de trabalhadores e trabalhadoras, que depois saíram em caminhada pelas ruas da capital gaúcha.

O objetivo do Sindicato foi reivindicar os direitos dos 246 funcionários já demitidos, buscar a reversão das demissões e chamar a atenção da sociedade para a crise que atravessa a saúde pública.

O presidente do Sindisaúde-RS e secretário eleito de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Júlio Jesien, denunciou o Programa Assistir do governador Eduardo Leite (PSDB) e a gestão deficitária do IC como os principais fatores por trás das demissões em massa, alertando sobre os impactos negativos na saúde pública do estado.

“Este é um dos hospitais fundamentais em Porto Alegre e no RS. Aqui é atendido 55% de toda a demanda cardiovascular. A probabilidade desta qualidade cair é muito grande. E o problema não é só a gestão. O problema é, também, o Programa Assistir, do governo do Estado. Nós viemos há dois anos dizendo que o programa causou problemas na saúde. Finalmente o governo reconheceu que faltam R$ 500 milhões na saúde”, destacou Jesien.

Ações jurídicas e vigílias diárias

Durante a manhã, o Sindisaúde-RS teve uma reunião com a administração do hospital, obtendo a informações de que a gestão do IC entrou com pedido de recuperação judicial, mas não houve garantia de verba para as rescisões.

Diante da resposta insatisfatória, o Sindicato intensificará suas ações, prometendo tomar as medidas jurídicas cabíveis, incluindo uma ação coletiva para reintegração dos demitidos e ações individuais conforme a vontade dos trabalhadores.

Vigílias diárias, das 8h às 18h, serão realizadas em frente ao hospital, enquanto o departamento jurídico do Sindisaúde-RS vai disponibilizar plantões para fornecer suporte aos trabalhadores demitidos.

Muito além da crise de gestão do hospital

O IC confirmou as demissões, justificando a necessidade de reduzir a folha de pagamento em 20%, em compromisso assumido com o Ministério Público. A Secretaria Estadual de Saúde informou que o IC possui contrato com o município e recebe recursos estaduais pelo Programa Assistir, mas optou por não se manifestar sobre as medidas adotadas pelo hospital.

A crise reflete não apenas problemas de gestão, mas também a fragilidade do sistema de saúde pública, que continua sendo desmontado pelo governo Leite, enfraquecendo os serviços públicos e prejudicando a população gaúcha.

Fotos: Sindisaúde-RS

Fonte: CUT-RS com informações do Sindisaúde-RS