Nota da CUT Pode Mais
NOTA PÚBLICA DA CUT PODE MAIS
A luta de classes, pós a redemocratização no Brasil, nunca esteve tão explícita e acirrada, fazendo com que o país atravesse um período incerto e difícil. Há uma grave crise política e institucional instalada que, somada aos efeitos que a crise econômica mundial surte sobre a economia brasileira, geram desconfiança, falta de credibilidade e descontentamento generalizado.
A mídia burguesa, a serviço do grande capital, bombardeia a população diariamente com editoriais tendenciosos que visam desestabilizar ainda mais o país politicamente. Além disto, dissemina ideais facistas, fazendo recrudescer os setores mais conservadores e reacionários da sociedade brasileira. Tudo isto coloca em risco não só o sistema democrático brasileiro mas direitos civis, sociais e trabalhistas.
Por outro lado, os setores progressistas, de esquerda e do campo democrático e popular também atravessam uma grande confusão devido a complexidade do momento que atravessamos. Refutamos a luta fraticida, que neste momento histórico apenas fragiliza a luta dos trabalhadores. Acreditamos que é necessário manter os(as) trabalhadores(as) UNIFICADOS, superar as diferenças para somarmos forças na luta e frear o avanço do capital que, muitas vezes, travestido de políticas governamentais, constrói a cada dia novas ameaças aos trabalhadores(as).
A CUT PODE MAIS, ratifica que somos todos convocados a UNIFICAR A CLASSE TRABALHADORA e fazer o enfrentamento a todas as formas de opressão e as políticas que colocam em risco os direitos dos(as) trabalhadores(as).
Este é o momento de fortalecer as ferramentas de lutas da classe trabalhadora. Por isto defendemos que o CPERS/Sindicato continue filiado à CUT, uma das maiores centrais de trabalhadores do mundo, que representa mais de 50% dos trabalhadores brasileiros. Um sindicato que não está filiado a uma central perde sua capacidade de articulação mais ampla, se isola, consequentemente, enfraquece. Perde sua capacidade de atuação na definição de políticas que incidem sobre os direitos de todos(as), tais como: a redução da jornada de trabalho, a implantação do Piso Nacional do Magistério, o fim do Fator Previdenciário, o Salário Mínimo Nacional, o Piso Regional e todas as políticas trabalhistas que atingem a vida dos(as) trabalhadores(as) brasileiros(as).
No entanto, a atual direção do CPERS/Sindicato não tem feito o efetivo enfrentamento às políticas do governo Sartori que retoma a política de privatização, extinção de órgãos públicos e, por último, anuncia um corte de 20% das verbas que atinge, principalmente, os serviços essenciais. Nos primeiros meses de governo aumentou seu próprio salário, dos deputados, promotores e ameaçou parcelar os salários dos servidores públicos. Não basta limitar-se a negociação, é necessário mobilizar a categoria para lutar contra as políticas de privatização, de sucateamento do IPE, pelo pagamento do Piso Nacional do Magistério como básico no Plano de Carreira e pela defesa dos direitos dos educadores.
Na questão nacional A CUT PODE MAIS defende que é hora de organizar uma grande mobilização para pressionar o governo federal pela retirada das medidas provisórias (664 e 665), bem como a derrubada do PL 4330, que se aprovado na Câmara, praticamente, acaba com a legislação trabalhista no país.
A mudança nos rumos da política no Brasil depende da capacidade de organização e de unidade dos(as) trabalhadores para fazer o enfrentamento às políticas neoliberais e neofacistas . Não permitiremos que forças autoritárias e reacionárias atentem contra a democracia e não permitiremos que governos eleitos democraticamente pelos trabalhadores estejam a serviço do capital.
Porto Alegre, 19 de março de 2015.
Dirigentes, militantes e coordenação da CUT PODE MAIS