Na noite desta sexta-feira (22), no Armazém do Campo (PA), aconteceu o lançamento do Acampamento Nacional da Juventude em Luta por Terra e Soberania Popular. O acampamento acontecerá entre os dias 13 e 17 de outubro deste ano, em Brasília (DF).
Animados pela mística de abertura da atividade, os jovens mostraram toda a sua vontade e rebeldia de lutar contra o extermínio da juventude, o racismo, o patriarcado, a homofobia e todas as formas de opressão. Com apresentações musicais de Tião, Prog MC, DJ Jack Sainha e do grupo Forró Encantado, a noite foi de muita animação e dança.
Participaram do lançamento jovens de vários movimentos ligados à Via Campesina e que vieram de vários municípios do estado do Pará e amigos do MST. Para Carol Cruz, militante do Levante Popular da Juventude do município de Cametá, o acampamento representará diversos sujeitos que irão para Brasília levando suas bandeiras de lutas e desejo de reconstrução de nosso país.
“Estamos levando nossas bandeiras de luta para exigirmos do Governo Federal políticas públicas que dialoguem com a realidade da juventude brasileira e, em especial, da Amazônia. No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a juventude foi impedida de ocupar espaços de decisões e também tiveram negados seus direitos à educação, ao trabalho e de permanência no campo. Lutamos contra reforma do ensino médio, a reforma trabalhista, a devastação da Amazônia e a morte do nosso povo nas periferias e nos campos do Brasil.”, afirma Carol.
Laíson Ferreira, direção nacional do Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM), diz que realizar o Acampamento Nacional é um desafio gigantesco para os povos da Amazônia e que ele será um espaço importantíssimo de debates e conhecimentos da realidade da juventude brasileira. “Aqui no estado do Pará a nossa juventude vem sendo afetada por um modelo de mineração que está destruindo nossas comunidades, poluindo nosso rios e destruindo o meio ambiente. Estamos levando para este acampamento jovens dos municípios de Barcarena, de Mojú, de Abaetetuba e Parauapebas e, quando voltarmos, continuaremos mobilizando e organizando mais jovens para que se fortaleça a luta em defesa destes territórios e de seu povo”, declara Laílson.
Para Vivi Arapaso, do povo Arapaso, município do Médio Rio Negro, Amazonas, participar do acampamento nacional será uma grande oportunidade de trocar experiências com outros jovens e conhecer outras realidades e formas de luta. “Estaremos somando forças com outros jovens e reafirmando nosso compromisso em defender a Amazônia e lutar pela defesa de nossos territórios e de nossa ancestralidade. Queremos um país com Soberania Popular, com terra para todo o povo e respeito aos povos indígenas que historicamente são massacrados e expulsos de seus territórios, defende Vivi.
Mateus Pinheiro, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores do município de Santo Antônio do Tauá comenta que a juventude camponesa da Amazônia está indo para o Acampamento Nacional dizer à sociedade sobre a necessidade de se fazer a Reforma Agrária em nosso país e da importância da produção de alimentos saudáveis para alimentar o povo brasileiro.
“Nossa juventude camponesa está construindo coletivamente este acampamento com as demais organizações que compõe a Via Campesina e queremos dizer para a sociedade que é importante que as famílias camponesas tenham acesso à terra e que também tenham políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar e da produção de alimentos saudáveis. Estamos indo à Brasília para dizer também que a juventude quer terra, trabalho, lazer e isso só conseguiremos com luta e com mobilização permanente”, afirma Mateus.
Para Manú Borges, direção estadual do MST(PA), a meta é levar para o Acampamento Nacional cerca de cinco mil jovens de todo o Brasil e representações de outros países. Debates sobre a realidade a juventude e fortalecimento das lutas dos movimentos que compõe a Via Campesina serão momentos importantes durante os quatro dias que durarão o acampamento.
“Nosso acampamento terá caráter massivo e formativo e iremos debater sobre a nossa realidade e nossas demandas, tanto da juventude do campo como da cidade. Aqui no Pará estamos mobilizando nosso jovens para participarem deste momento importante da juventude da Via Campesina. Estaremos levando nossas canções, nossas poesias, nossos alimentos produzidos de forma saudável e toda a rebeldia da juventude amazônica que está disposta a ajudar a reconstruir nosso país”, finaliza Manú.
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