Página inicial > Mercado controla': Banco Central é criticado por manter juros a 13,75%
Mercado controla': Banco Central é criticado por manter juros a 13,75%
04/05/2023 15:46
Ministro da Fazenda tinha afirmado era viável a possibilidade de queda; especialistas e centrais criticam BC
Felipe Mendes
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
04 de Maio de 2023 às 15:28
No dia seguinte à confirmação da manutenção da taxa básica de juros (a Selic) em 13,75% por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi irônico ao criticar a medida, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se negou a falar sobre o tema.
Nesta quinta-feira (4), na reunião de abertura do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o "Conselhão", Lula disse que "Todo mundo aqui pode falar de tudo. Só não pode falar de juros", em referência às cobranças que recebe por criticar a política do BC.
"Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros. Como se um homem, sozinho, pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas", acrescentou. O "homem" em questão é o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado para o cargo pelo antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
Desde 2021, o BC tem autonomia em relação ao governo, com mandatos de quatro anos para o presidente e os diretores da autarquia sem que haja uma coincidência com o mandato do chefe do Executivo. Na prática, isso significa que Lula não tem poder para destituir a equipe liderada por Campos Neto.
Antes da reunião do Conselhão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se negou a falar sobre o assunto. Abordado por jornalistas a caminho da cerimônia, Haddad se limitou a dizer "hoje eu não vou comentar". Consultado sobre o tema antes do anúncio da manutenção da taxa, o ministro tinha afirmado que era viável que o índice baixasse.
Diante do cenário, deste antes de assumir o governo, Lula e seu entorno têm travado embates com o BC, especialmente em relação ao tema dos juros altos. Para o economista Andre Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), esse embate deve continuar. Ele afirma que é direito do governo brigar por taxas mais baixas, já que elas interferem em toda a política econômica do país.
"Eu não concordo com a visão típica de mercado financeiro, dos economistas ortodoxos, de que o presidente da República não pode se manifestar sobre a política monetária, ele é o presidente eleito. A política monetária, ainda que haja autonomia operacional do Banco Central, está sob a alçada do presidente da República, ele é o líder do governo", ponderou.
Roncaglia avalia que o próprio Haddad, que preferiu não comentar o assunto nesta quinta, deve ter papel fundamental nesse processo. Ele acredita que o avanço das discussões sobre o novo arcabouço fiscal no Congresso pode fazer com que o ministro tenha cartas na manga para negociar com o BC.
O arcabouço, aliás, foi citado na ata divulgada pelo Copom após a reunião que definiu a manutenção da taxa de juros em patamar que já vigora desde agosto de 2022. Segundo o Comitê, a proposta e a reoneração dos combustíveis "reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal". Enquanto isso, porém, o BC segue se pautando nas expectativas de inflação apontadas por economistas do mercado financeiro.
"A autonomia foi pensada exatamente para que o Banco Central pudesse ficar blindado de interferência política. O problema do desenho da autonomia do Banco Central como a gente tem hoje é que ela blinda o Banco Central da influência do poder executivo, mas não blinda o Banco Central da influência do mercado financeiro", avaliou Roncaglia.
Centrais criticam e pedem saída de Campos Neto
Algumas das principais centrais sindicais do país se manifestaram de maneira incisiva contra a manutenção das taxas de juros pelo Copom. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a manutenção do índice é "inaceitável".
"Ao manter as mais altas taxas de juros do mundo, o BC continua a boicotar o governo, a impedir a retomada do crescimento e a geração de emprego e renda. E faz isto para beneficiar especuladores e rentistas, em detrimento de quem investe na produção e na prestação de serviços", afirmou a CUT, em nota.
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) também se manifestou em nota. O texto, assinado pelo presidente da entidade, Antonio Fernandes dos Santos Neto, pediu a saída imediata" de Campos Neto, afirmando que o Copom "promove um ataque direto ao desenvolvimento, à geração de emprego e ao futuro do Brasil".
"Pedimos a revogação da Independência do Banco Central ou, pelo menos, a mudança na lei, estabelecendo a estabilidade monetária e a busca pelo pleno emprego como metas imediatas e prioritárias, o chamado duplo mandato. O Congresso Nacional deve agir para que a política monetária seja subordinada aos interesses do povo brasileiro e não dos banqueiros", prosseguiu o texto.
Ricardo Antunes adverte sobre os efeitos nefastos da aprovação do PL dos Aplicativos para a classe trabalhadora em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos.
Instituto Humanitas Unisinos entrevista Ricardo Antunes
No Brasil de 2023,...
Ministério da Gestão propõe aumentar benefícios e negociar aumentos com cada categoria separadamente
Vinicius Konchinski
Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Técnicos, docentes e estudantes do campus São Paulo do IFSP se reúnem no primeiro dia...
Banco Central cortou pela segunda vez seguida a taxa básica de juros da economia
Redação
Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Comitê de Política Monetária do BC definiu nova taxa Selic em reunião que durou dois dias - Copom/...
Um ato de protesto foi realizado, na tarde deste domingo (17), contra a extinção do Anfiteatro Pôr do Sol, na orla do Guaíba, em Porto Alegre. Os participantes criticaram a política de privatização dos espaços públicos pela gestão do prefeito bolsonarista Sebastião Melo (MDB), que já...
MNLM apresentou uma proposta de compra do prédio através do Programa Minha Casa, Minha Vida - Entidades
Redação
Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
18 de Setembro de 2023 às 13:28
Anúncio foi feito após ação da Guarda...
A CUT-RS se reuniu, na tarde desta quinta-feira (14), com a coordenadora do Escritório Estadual no RS do Ministério da Cultura (MinC), Mari Martínez, e com o representante da Frente Parlamentar Hip Hop Vivo, Eduardo Tamborero, na sede da Central, em Porto Alegre.
Pela...
Texto da minirreforma eleitoral segue para o Senado e precisa ser sancionada até 6/10 para valer já nas eleições 2024
Pedro Rafael Vilela Agência Brasil
|
Câmara dos Deputados aprovou minirreforma eleitoral nesta quinta (14); texto agora segue para o Senado...
Conversa entre o presidente e o Nobel de Economia destacou necessidade de reforma do sistema financeiro internacional como forma de reduzir a pobreza e garantir a transição ecológica
Por Redação RBA
Ricardo Stuckert/PR
Lula quer aproveitar a presidência brasileira...
Para centrais sindicais e advogados, a contribuição, que não é imposto sindical, reforça a luta dos trabalhadores e reduz gastos de empresas com litígios
Por Redação RBA
A fixação da contribuição será em assembleia de trabalhadores como forma de custeio de...
Valores serão distribuídos entre ministérios para auxiliar nas buscas, manutenção de hospital de campanha, aquisição de alimentos e construção e reconstrução de estradas, unidades de saúde, casas, dentre outras áreas
Por Redação...
NT: “Aumento da despesa com pessoal da União em 2024”
Categoria: Agência DIAP
Luiz Alberto dos Santos
Tendo em vista o debate sobre o reajuste ou reposição salarial do funcionalismo do Executivo federal para 2024, o DIAP pediu ao consultor legislatio do Senado e do corpo...
CUT – Os 40 anos da Central Única dos Trabalhadores foram homenageados na manhã desta segunda-feira (28), na Câmara Federal. A sessão solene, de iniciativa do deputado Vicentinho (PT-SP), contou com a participação da classe trabalhadora, que ocupou o plenário Ulysses...