Eleições na Argentina: peronista Sergio Massa chega em primeiro e disputa segundo turno contra a extrema direita de Milei

23/10/2023 08:57

Primeiro turno da disputa presidencial foi marcado pela tranquilidade e baixo comparecimento de eleitores

Redação

Brasil de Fato | Recife (PE) |

 

 

O candidato peronista Sergio Massa chegou em primeiro no primeiro turno das eleições - Juan Mabromata/AFP - 17/10/2023

O candidato Sergio Massa, da coalizão União pela Pátria, chegou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais argentinas. Com 94,18% das urnas apuradas, o candidato peronista tem 36,43% dos votos.

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Ele disputará o segundo turno contra o candidato da extrema-direita Javier Milei, da coligação A Liberdade Avança, com 30,12% dos votos. A candidata macrista Patrícia Bulrich, da coligação Juntos pela Mudança, chegou em terceiro, com 23,85%.

Os eleitores argentinos voltam às urnas em novembro para decidir se querem ter um segundo mandato peronista consecutivo ou se vão partir para uma diretriz ultraliberal e anti-establishment de extrema direita.

Massa é o atual ministro da Economia, cargo que ocupa há pouco mais de um ano. De perfil conciliador, assumiu quando o presidente Alberto Fernández decidiu unificar as pastas de Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecuária e Pesca para centralizar as ações diante do agravamento da crise econômica. Na prática, Massa tornou-se uma espécie de superministro ou o presidente de fato, responsável por "segurar as pontas" do governo e liderar a renegociação da dívida bilionária com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Milei ganhou destaque com frases de efeito e ideias pouco convencionais, sendo a dolarização da economia a que ganhou mais destaque na campanha. Nesse âmbito, ele chegou a comparar o peso a um "excremento" e estimulou as pessoas a trocarem pesos por dólares – o que pode ter sido um dos fatores responsáveis pela corrida cambial que fez o dólar disparar como nunca e superar a marca de mil pesos no câmbio paralelo, no final da semana passada. Milei também propõe fechar o Banco Central e privatizar empresas estatais.

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Votação tranquila

O dia de votação foi marcado pela tranquilidade e por baixo comparecimento de eleitores. Segundo cálculos da Comissão Nacional Eleitoral, 74% de eleitores votaram, a participação mais baixa para uma eleição geral em primeiro turno desde 1983. No entanto, o número foi mais alto do que nas primárias de agosto, quando o índice ficou em 70%.

A Argentina tem 35,8 milhões de eleitores. 449 mil deles estão no exterior. Os que estão fora do país registraram um recorde nas eleições de 2023, em um nível de participação superior ao de 2019. Houve registro de filas e reclamações por atraso.

Apenas dois países, Ucrânia e Israel, não abriram as urnas para votação. Os dois países estão em guerra.

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Ao longo do dia, a Comissão Nacional Eleitoral reagiu às acusações da campanha de Javier Milei de que havia fraude no sistema eleitoral. A campanha do ultra conservador criou um site para operar um sistema paralelo de denúncias anônimas sobre fraudes.

Em resposta, a Comissão abriu uma investigação preliminar para investigar as declarações do candidato e afirmou que não aceitaria mais denúncias anônimas sobre contravenções ou irregularidades.

O eleitor foi às urnas em meio a instabilidade na economia, com o peso em desvalorização. Alguns resolveram se fantasiar para participar do processo. Houve registro de pessoas vestidas com motosserra, símbolo da campanha de Milei, ou fantasias aleatórias.

Edição: Nicolau Soares