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ABI manifesta ‘irrestrita solidariedade’ a Lula por denunciar crimes de guerra israelenses em Gaza
16/11/2023 08:05
“O direito de Israel reagir ao ataque do Hamas não autoriza o governo fascista de Benjamin Netanyahu a praticar um verdadeiro genocídio contra o povo palestino”, diz presidente da ABI
Ricardo Stuckert/PR
Lula recebeu 32 repatriados da Faixa de Gaza em Brasília na última segunda-feira
São Paulo – Diante da campanha desencadeada pela chamada “grande” imprensa contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou a desumanidade dos ataques do Estado de Israel contra o povo palestino em Gaza, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) manifestou nesta quarta-feira (15), dia da Proclamação da República, “irrestrita solidariedade às declarações do presidente Lula, condenando os crimes de guerra cometidos por Israel”.
As falas do chefe do governo brasileiro têm sido atacadas em editoriais de jornais como Folha de S. Paulo e O Globo, assim como por manifestações da Confederação Israelita do Brasil, entidade que, por sua vez, tem recebido apoio de jornalistas na programação da GloboNews, emissora de TV a cabo das Organizações Globo.
Lula tem sido cada vez mais veemente em suas manifestações contra o genocídio praticado pelo regime de Benjamin Netanyahu na Faixa de Gaza. “Aos 78 anos de idade, eu já vi muita brutalidade, muita violência, eu já vi muita irracionalidade. Mas eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes. Porque se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra, ao não levar em conta que eles não estão matando soldados”, disse o presidente.
“Nada justifica os crimes de guerra de Israel”
Ao justificar a “irrestrita solidariedade às declarações do presidente Lula (…), alvo de ataques” dos editoriais e da Confederação Israelita do Brasil, o presidente da ABI, Octávio Costa, afirmou: “Nada justifica os crimes de guerra que estão sendo cometidos por Israel contra o povo palestino, matando mulheres e crianças, atacando hospitais e destruindo casas”.
“O direito de Israel reagir ao ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, não autoriza o governo fascista de Benjamin Netanyahu a praticar um verdadeiro genocídio contra o povo palestino. Defendemos um cessar fogo já e o estabelecimento imediato de corredores humanitários que permitam o atendimento dos milhares de palestinos feridos”, acrescentou.
Após receber os 32 repatriados da Faixa de Gaza em Brasília, na noite de segunda-feira, Lula disse que já são 5 mil crianças mortas e 1.500 desaparecidas pela prática terrorista de Israel. “Certamente (as crianças desaparecidas) estão no meio dos escombros”, acrescentou Lula.
Gleisi: Globo e Estadão querem calar Lula
Em sua conta no Twitter, a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), declarou que Globo e Estadão “querem censurar o presidente Lula, determinar as palavras que ele pode ou não pode dizer sobre o massacre da população civil em Gaza”.
“Precisamos recorrer à mídia estrangeira para saber das marchas de centenas de milhares na Europa e até nos Estados Unidos, porque os donos da nossa imprensa não admitem que há dois lados nessa guerra, não apenas o que eles apoiam”, continuou a parlamentar.
“Aferram-se a uma discussão bizantina, sobre o emprego da palavra terrorismo, para no fundo sancionar a retaliação bárbara e desproporcional do governo Netanyahu aos condenáveis ataques do Hamas a civis de Israel. ‘Primitivo’ é impor a lei do mais forte numa região ocupada por meio da violência. ‘Desequilíbrio’ é escolher entre seres humanos os que podem ser mortos e aqueles que podem matar”, escreveu Gleisi.
Com seu tom raivoso que o coloca como um veículo da extrema-direita, o Estadão aponta na fala indignada de Lula o que chama de “incapacidade de perceber a complexidade do mundo, prisioneiro que é do ranço ideológico de uma esquerda primitiva”.